Teria prometido a mim mesmo que não iria assistir os debates na Assembleia Nacional, mas, sem dar conta quebrei o meu juramento ao deslocar-me à casa parlamentar para assistir desta feita o debate sobre o orçamento de Estado para 2010. Convenci-me que ia presenciar um profundo debate “técnico” e sério da coisa orçamental tento em conta que era o último orçamento desta legislatura e feito no momento em que os efeitos da crise mundial são todavia sentidos com alguma força nos países como o nosso.
Era necessário, creio eu, que os políticos demonstrassem que de facto estavam e estão empenhados na procura de melhores soluções e que essas ficassem espelhadas no orçamento para o próximo ano (2010). Pelo que pude ver e ouvir, a discussão “ técnica” do orçamento ficou comprometida quando alguém desesperadamente aproveitou para lançar um outro tema no debate, trocando as indumentárias de um parlamentar para as de um “teacher ”, querendo presentear gratuitamente aos colegas e ao público, com um discurso “cientifico e técnico” sobre a epidemia da Dengue no país, dando lições de moral e de saúde, acusando pessoas, lançando sujeições e comportando-se de forma pouco humilde, querendo demonstrar, a torto e a direito, que era competente na matéria. Que frustração!
Regra geral, os cientistas e técnicos de verdade não falam das suas pessoas e nem das suas capacidades, mas demonstram toda a sua sabedoria nas suas obras, nos seus ensaios e trabalhos de investigação científica, nos seminários e qualquer outro fórum, fazendo recurso dos instrumentos técnicos, nomeadamente a estatística e a econometria, entre outros. Lembro- me agora de alguns cientistas e técnicos de renome no mundo das ciências, mas que dado às suas formas descomplexadas de verem a vida, as pessoas nem se lembram deles como “Cientistas”, enquanto na nossa barba, há quem tenha sempre a coragem de falar com muita facilidade dos seus supostos conhecimentos científicos, de querer avaliar os outros “ cientificamente” e ditar sentenças para os que considera com falta de competência e de capacidade cientifico-técnica para o exercício das suas funções. Assim, por exemplo, homens como o Doutor Paul Newbold, Erik D. Cradt, Miguel Cantillo Simon, Kayherine Terrell, Benjamin Hermalin, William R. Keylor, Michael Riordam, Jay Marvin, Jonh Ham e Jonh Mcdermott entre tantos outros, são cientistas que se preocupam apenas em demonstrar a veracidade de certos fenómenos num mundo em constante investigação, colocando o saber científico ao serviço das sociedades, e não falar das suas capacidades e competências.
Como a ciência e a técnica têm as suas nuances, imediatamente comecei a preocupar mentalmente com o tema e pus a pensar nos parâmetros técnicos que a norma científica normalmente aconselha para o sucesso dos trabalhos dessa natureza. Assim, idealizei que para alguém fazer afirmações tão bombásticas e categóricas como as que ouvi teria realizado, entre outras, algumas provas de hipóteses com o intuito de reforçar e argumentar cientificamente melhor as suas teses de doutoramento e ou professorado. Desse modo, a prova de hipóteses teria a seguinte formatação: Hipóteses Nula: “Dengue podia ser controlada e eliminada” e a hipótese alternativa: “Dengue não podia ser controlada e nem eliminada”, com um alfa de um, cinco e dez por centos, respectivamente. Nessa lógica, esse instrumento podia atribuir uma certa consistência relativa à tese teórica defendida, no debate do fórum orçamental, rejeitando desse modo a hipótese nula ou aceitar a alternativa.
Porém, a prudência técnica recomenda que nos trabalhos científicos, e nesse caso, deve-se proceder a uma análise exaustiva das variáveis aleatoriamente escolhidas, incluindo nomeadamente as “Dummy variables”, por terem um tratamento técnico específico, usando a tendência das frequências, os testes de distribuição, conhecidos como “ Student`s test, o “X Quadro” ou o “Fisher test”, entre outros, por forma a medir e avaliar o poder desse testes por um lado, e, por outro, engrandecer os argumento teóricos se é que existem com certo grau de confiabilidade e avaliar os impactos da “central limited theory” nesses casos.
Também, permita-me perguntar se cientificamente foi feito algum estudo probabilístico quanto a possibilidade do vírus do “Dengue” vir a repetir, em massa, nos mesmos locais e/ou por todas as ilhas do país. Na mesma senda, é crucial saber se esse estudo científico aponta para a eliminação desse vírus ou para o recrudescimento em flecha do mesmo. Outrossim, gostaria de saber o comportamento do coeficiente de determinação, um indicador crucial na compreensão do evoluir do comportamento das variáveis do suposto teórico modelo, bem como o das variáveis endógenas e exógenas desse mesmo modelo, porque não acredito que esse estudo, se é que haja algum estudo, foi realizado ou idealizado sem que um modelo tecnicamente seja definido. Julgo que não se deve evocar o nome do conhecimento científico e da tecnologia em vão sob pena de se adulterar e comprometer os parâmetros, objectivos e natureza que uma investigação científica requer.
Em abono da verdade, o sector da saúde é propício à investigação científica com o recurso de, entre outros, modelos econométricos para medir a eficiência dos parâmetros definidos e como corolário compará-los com a teoria e a vida real. A tese relacionada com a propagação da epidemia da “Dengue” também é apropriada a uma boa investigação científica e técnica por forma a se determinar o curso da sua tendência e quero acreditar que o Governo tem dado orientações atinentes a esses estudos.
Quiçá se tivesse sido feito um “scater plot”, (ferramenta de trabalho estatístico) com todo o rigor técnico acerca do comportamento desse vírus, em vez de afirmações gratuitas, poder-se-ía inferir da justeza, pertinência e importância dessa tese, embora não tenha nenhum argumentos técnicos, de certeza a questão da saúde não seria misturada com a do orçamento. Acredito e defendo que tecnicamente havia muitos aspectos que poderiam provocar uma discussão séria, exaustiva e responsável do orçamento, mas infelizmente os deputados do MpD perderam a oportunidade de fazer fincar as suas posições técnicas nessas discussões, que não houve, e por isso optaram pela via mais simples que é a de tentar lançar por terras a imagem do Governo.
A oposição definiu um rosário de pontos estranhos e incompreensíveis para atacar o Governo na dita discussão do orçamento, convencida de que bombardeando o Governo, iria colher frutos, e deu no que deu. Perdeu a oportunidade de participar no debate técnico do orçamento, entrou e saiu com o mesmo discurso. A discussão orçamental, como disse alguém, não é sinónimo de esconjurar e dizer mal do governo, é sim um processo complexo e sistemático que exige um debate atorado mas técnico com o concurso de todos para a apreciação do programa central, espelhado financeiramente.
Euclides Eurico Nunes de Pina
Era necessário, creio eu, que os políticos demonstrassem que de facto estavam e estão empenhados na procura de melhores soluções e que essas ficassem espelhadas no orçamento para o próximo ano (2010). Pelo que pude ver e ouvir, a discussão “ técnica” do orçamento ficou comprometida quando alguém desesperadamente aproveitou para lançar um outro tema no debate, trocando as indumentárias de um parlamentar para as de um “teacher ”, querendo presentear gratuitamente aos colegas e ao público, com um discurso “cientifico e técnico” sobre a epidemia da Dengue no país, dando lições de moral e de saúde, acusando pessoas, lançando sujeições e comportando-se de forma pouco humilde, querendo demonstrar, a torto e a direito, que era competente na matéria. Que frustração!
Regra geral, os cientistas e técnicos de verdade não falam das suas pessoas e nem das suas capacidades, mas demonstram toda a sua sabedoria nas suas obras, nos seus ensaios e trabalhos de investigação científica, nos seminários e qualquer outro fórum, fazendo recurso dos instrumentos técnicos, nomeadamente a estatística e a econometria, entre outros. Lembro- me agora de alguns cientistas e técnicos de renome no mundo das ciências, mas que dado às suas formas descomplexadas de verem a vida, as pessoas nem se lembram deles como “Cientistas”, enquanto na nossa barba, há quem tenha sempre a coragem de falar com muita facilidade dos seus supostos conhecimentos científicos, de querer avaliar os outros “ cientificamente” e ditar sentenças para os que considera com falta de competência e de capacidade cientifico-técnica para o exercício das suas funções. Assim, por exemplo, homens como o Doutor Paul Newbold, Erik D. Cradt, Miguel Cantillo Simon, Kayherine Terrell, Benjamin Hermalin, William R. Keylor, Michael Riordam, Jay Marvin, Jonh Ham e Jonh Mcdermott entre tantos outros, são cientistas que se preocupam apenas em demonstrar a veracidade de certos fenómenos num mundo em constante investigação, colocando o saber científico ao serviço das sociedades, e não falar das suas capacidades e competências.
Como a ciência e a técnica têm as suas nuances, imediatamente comecei a preocupar mentalmente com o tema e pus a pensar nos parâmetros técnicos que a norma científica normalmente aconselha para o sucesso dos trabalhos dessa natureza. Assim, idealizei que para alguém fazer afirmações tão bombásticas e categóricas como as que ouvi teria realizado, entre outras, algumas provas de hipóteses com o intuito de reforçar e argumentar cientificamente melhor as suas teses de doutoramento e ou professorado. Desse modo, a prova de hipóteses teria a seguinte formatação: Hipóteses Nula: “Dengue podia ser controlada e eliminada” e a hipótese alternativa: “Dengue não podia ser controlada e nem eliminada”, com um alfa de um, cinco e dez por centos, respectivamente. Nessa lógica, esse instrumento podia atribuir uma certa consistência relativa à tese teórica defendida, no debate do fórum orçamental, rejeitando desse modo a hipótese nula ou aceitar a alternativa.
Porém, a prudência técnica recomenda que nos trabalhos científicos, e nesse caso, deve-se proceder a uma análise exaustiva das variáveis aleatoriamente escolhidas, incluindo nomeadamente as “Dummy variables”, por terem um tratamento técnico específico, usando a tendência das frequências, os testes de distribuição, conhecidos como “ Student`s test, o “X Quadro” ou o “Fisher test”, entre outros, por forma a medir e avaliar o poder desse testes por um lado, e, por outro, engrandecer os argumento teóricos se é que existem com certo grau de confiabilidade e avaliar os impactos da “central limited theory” nesses casos.
Também, permita-me perguntar se cientificamente foi feito algum estudo probabilístico quanto a possibilidade do vírus do “Dengue” vir a repetir, em massa, nos mesmos locais e/ou por todas as ilhas do país. Na mesma senda, é crucial saber se esse estudo científico aponta para a eliminação desse vírus ou para o recrudescimento em flecha do mesmo. Outrossim, gostaria de saber o comportamento do coeficiente de determinação, um indicador crucial na compreensão do evoluir do comportamento das variáveis do suposto teórico modelo, bem como o das variáveis endógenas e exógenas desse mesmo modelo, porque não acredito que esse estudo, se é que haja algum estudo, foi realizado ou idealizado sem que um modelo tecnicamente seja definido. Julgo que não se deve evocar o nome do conhecimento científico e da tecnologia em vão sob pena de se adulterar e comprometer os parâmetros, objectivos e natureza que uma investigação científica requer.
Em abono da verdade, o sector da saúde é propício à investigação científica com o recurso de, entre outros, modelos econométricos para medir a eficiência dos parâmetros definidos e como corolário compará-los com a teoria e a vida real. A tese relacionada com a propagação da epidemia da “Dengue” também é apropriada a uma boa investigação científica e técnica por forma a se determinar o curso da sua tendência e quero acreditar que o Governo tem dado orientações atinentes a esses estudos.
Quiçá se tivesse sido feito um “scater plot”, (ferramenta de trabalho estatístico) com todo o rigor técnico acerca do comportamento desse vírus, em vez de afirmações gratuitas, poder-se-ía inferir da justeza, pertinência e importância dessa tese, embora não tenha nenhum argumentos técnicos, de certeza a questão da saúde não seria misturada com a do orçamento. Acredito e defendo que tecnicamente havia muitos aspectos que poderiam provocar uma discussão séria, exaustiva e responsável do orçamento, mas infelizmente os deputados do MpD perderam a oportunidade de fazer fincar as suas posições técnicas nessas discussões, que não houve, e por isso optaram pela via mais simples que é a de tentar lançar por terras a imagem do Governo.
A oposição definiu um rosário de pontos estranhos e incompreensíveis para atacar o Governo na dita discussão do orçamento, convencida de que bombardeando o Governo, iria colher frutos, e deu no que deu. Perdeu a oportunidade de participar no debate técnico do orçamento, entrou e saiu com o mesmo discurso. A discussão orçamental, como disse alguém, não é sinónimo de esconjurar e dizer mal do governo, é sim um processo complexo e sistemático que exige um debate atorado mas técnico com o concurso de todos para a apreciação do programa central, espelhado financeiramente.
Euclides Eurico Nunes de Pina
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