quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

CONTENÇÃO E ESBANJAMENTO NA CÂMARA DA PRAIA

No Município da praia, os citadinos já estavam habituados, pelo menos nos últimos anos, a festejar o Natal e o fim do ano com muita luz que davam um colorido e beleza às principais avenidas e artérias da capital. Por infelicidade, este é o segundo Natal que os praienses terão de se contentar apenas com as recordações, apesar de algumas instituições públicas e privadas tomarem a iniciativa de adornarem a parte externa de seus edifícios para alegrar a quadra festiva.

É incompreensível que o Município da Praia tem estado a passar a quadra festiva de “luto” e mergulhado numa escuridão rotineira. A equipa da Câmara da Praia quer marcar a diferença fazendo tudo ao contrário do que vinha sendo feita pela equipa de Felisberto Vieira. Se era luz, hoje é escuridão, se era amarelo hoje é verde ou azul e vermelho, enfim tudo o que cheira passado, mesmo que seja de boa qualidade e fonte de prazer terá de passar forçosamente para a história. E nessa desforra é a população que sofre, privada de tudo que de bom possa ter.

Como a culpa não morre solteira, aparece o senhor vereador António ….. a explicar a opção da actual Câmara que pretende gastar apenas 1.500.000.00 (um milhão e quinhentos mil escudos), por se encontrar num período de contenção orçamental. Se fosse contenção de custos, talvez podia até safar-se em termos teóricos, mas contenção orçamental é algo absurdo o obriga a questionar se o orçamento da Câmara do MpD na Praia para 2009 não contempla nenhuma verba para as actividades por ocasião do Natal e fim de ano. A Direcção de Recursos Humanos da Câmara que diga se há ou não contenção de custos.

Depois de quase dois anos de mandatos os praienses querem ver as realizações de vulto protagonizadas pela actual Câmara, nem que seja iluminação de ruas.

A falta de “sensibilidade” desta Câmara também é manifesta no orçamento para o ano ainda em curso. Recorrendo às páginas desse orçamento, verifica-se que nem um centavo foi orçado para as actividades nesta quadra festiva. Nem nos programas de investimentos que ascendem a 1.266.500.000.00 (um bilião, duzentos e sessenta e seis milhões e quinhentos mil escudos) foi introduzido algum projecto ou coisa parecida. E então, Sr. vereador como é vai justificar as despesas realizadas, se elas não estão programadas? Lembre-se de que as despesas não orçadas são permitidas pela lei das finanças públicas.

O Município da Praia, Cidade Capital de Cabo Verde que reclama por Estatuto Especial vai, mais uma vez, passar as festas natalícias sem luz e sem brilho por simples prazer de umas quantas pessoas que entendem que assim deve ser.
Fazem até inveja, as ilhas de São Vicente e do Sal a resplandecerem de luz e com as ruas devidamente ornamentadas. E essas Câmaras não fazem a contenção orçamental? Certo é que cada caso é um caso, mas a actual equipa camarária podia ter muito mais brio para fazer um pouco melhor do que no ano passado.

Falando da política de contenção orçamental, é bom que a Câmara explicasse então porque, segundo de diz por aí, gastou um balúrdio de dinheiro na compra de três viaturas de luxo. E que viaturas! Dizem os mais achegados à Câmara do MpD na Praia que mais de vinte milhões de escudos foram dispendidos na compra desses carros. É uma vergonha para os munícipes da capital do país continuar a ter que passar obrigatoriamente a quadra festiva num manto de escuridão só por caprichos políticos de alguém que insiste em fazer tudo diferente mesmo que prejudique o município.
É contenção orçamental ou esbanjamento?

E porque está-se na época de Natal, onde quer que seja depara-se com gestos de solidariedade e humanismo, um leque de trabalhadores da Câmara no MpD na Praia, sob a liderança de Ulisses Correia e Silva, sobretudo as varredeiras e funcionários serão entregues à sua sorte, a partir do momento em que os serviços de manutenção das estradas e limpeza do município passarem a ser geridos por uma empresa privada “ad doc”, segundo fontes seguras.

Se é que os munícipes praienses têm o direito de saber, pergunta-se então ao senhor Presidente, Ulisses Correia e Silva, que empresa é essa? Quem são os “big boss”, da dita empresa? Qual é o seu capital social? Onde estão os estudos de impacto social em relação à privatização dos serviços de limpeza e manutenção? Quantas famílias irão para o desemprego? Que política discriminatória de contenção !

Euclides Eurico Nunes de Pina

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