segunda-feira, 22 de março de 2010

PRAIA VIVE UM MAU MOMENTO

Não tenho da vida uma visão maniqueísta redutora em que de um lado estão os bons e de outro estão os maus. Tenho consciência, até a partir da minha experiência de activista comunitário, que os problemas, os nossos e os da cidade da Praia, são difíceis e complexos e que, também por isso, é preciso fazer-lhes face com determinação, empenho, coragem, muito trabalho e num acto de “Djunta Mon”.

Praia está a viver um mau momento. Talvez mesmo o mais duro e difícil das últimas décadas. E de uma forma geral haverá que reconhecer que a Câmara Municipal da Praia não tem estado à altura dos problemas. Em vez de reduzi-los tem-nos em muitos casos agravado. Sobretudo, neste clima de acentuado desânimo, drama social, delinquência Juvenil, saneamento e falta de auto estima, em que de há dois anos a esta parte vamos vivendo, sente-se a falta de uma estratégia para a Cidade. De uma visão global que resulte de um conhecimento dos problemas, do estudo e da ponderação das soluções possíveis, e de imaginação e audácia para as desenhar e sobretudo para as pôr em prática.

Já é momento, como munícipe e deputado municipal, de perguntar onde estão os projectos e visão do ponto de vista ambiental para o desenvolvimento económico, social e cultural do Município da Praia nas áreas de Educação, Formação Profissional, Ambiente, Desporto, Juventude, Actividades Recreativas, Parques Industriais e Parques Tecnológicos, Parques de Estacionamento de Viaturas, Espaço de Lazer para Crianças, Espaço Verdes? Onde estão as soluções para as construções clandestinas, Saneamento Básico, Iluminação Pública, Requalificação Urbana nomeadamente, Reabilitações de Habitações degradadas, Calcetamentos, Arruamentos, Centros Comunitários, Centros Multi-usos, Pracetas etc, etc?

O governo municipal de Ulisses Correia Silva, confrontado na última sessão ordinária da Assembleia Municipal com os problemas dramáticos que a cidade atravessa, ignora-os, por trás de uma cortina de revista enganosa, ou lhes procura responder à bruta, sem nenhuma sensibilidade social, com uma arrogância de poder ou com projectos futuristas que tantas vezes nem sequer é capaz de fazer passar do papel.

A nossa Cidade da Praia está a viver uma situação dramática. Há uma completa ausência de planos sociais para os mais necessitados e sobretudo não se vislumbram nem política integração Social nem qualquer vontade de o conceber e implementar. A delinquência Juvenil é, hoje, de longe, a principal preocupação dos praienses.

É momento de medir o discurso eleitoralista e as medidas pós-eleitorais. No próximo artigo, vamos começar a debruçar sobre as falhas de políticas da CMP.

Nelson Centeio

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